O perfume é o único produto de uma imagem que não se vê, mas se nota. E tão antigo como a Humanidade e também uma substância tão capaz de provocar atracção como repulsa. O olfacto é a sua via de materialização e, em certo sentido, pode ser considerado um luxo. As mensagens olfactivas que se trocam entre o nariz e o cérebro permitem ao ser humano distinguir até dez mil cheiros diferentes.
O perfume é para a cosmética o que o poema é para a literatura: uma requintada arte maior. Os profissionais criadores de perfumes, os chamados «narizes», usam o seu apuradíssimo olfacto para percorrer o Mundo em busca de aromas provenientes de plantas, de animais, de substâncias químicas e dos materiais mais heterogéneos. Existem centenas de perfumes que não passam de produtos do
marketing, de uma necessidade de mercado, e que não fazem carreira para lá do seu lançamento. Mas há perfumes cuja qualidade se mantém há décadas, ultrapassando peles e gerações. Perante a enorme oferta actual, torna-se difícil ser fiel a um só aroma. Mas os odores são sempre subjectivos. A personalidade, o tipo de pele, o gosto, a atracção e a repulsa desempenham um papel essencial no momento de usar um perfume.